SaneaVita (Brasil)

(Ex IFMG Forward)

 

Somos a Saneavita, uma empresa de impacto social que trabalha com o tratamento das águas residuais a partir de soluções baseadas na natureza. Mais do que construir dispositivos para coleta e tratamento dessas águas, proporcionamos uma reaproximação das pessoas com o meio ambiente, ao basear nossa tecnologia na natureza.

Demanda: a ausência de sistemas de tratamento de esgoto tem como consequências a contaminação dos cursos d’água, das nascentes e do lençol freático, além de causar doenças à população.

Solução: trabalhar o saneamento básico por meio de um modelo descentralizado e sustentável que contribua para a autonomia dos moradores e para a construção de um debate relacionado ao direito sobre o tratamento das águas.

A empresa: articulamos os atores envolvidos, aproximando investidores das comunidades onde serão implantados os sistemas e seus apoiadores. Envolvemos os moradores, apresentando-lhes como o sistema será construído e possibilitando a geração de renda a partir de capacitação técnica da força de trabalho local.

 

Como chegamos até aqui?


A SaneaVita nasceu de um projeto idealizado pela equipe vencedora da categoria Saneamento no evento “e-Hackathon en Agua, Saneamiento e Higiene en Asentamientos Informales de América Latina y el Caribe”, a IFMG Forward. A busca pela geração de impacto social em áreas vulneráveis de nossa cidade (Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil), levou-nos a trabalhar junto com as Ocupações Urbanas da Izidora, área ocupada em 2011 por movimentos de luta pela moradia. Desde então, vivem ali cerca de oito mil famílias (aproximadamente 30 mil pessoas), em quatro ocupações: Helena Greco, Rosa Leão, Vitória e Esperança. 

Desde a aprovação do Plano Diretor da cidade de Belo Horizonte em 2019 e a aprovação do zoneamento para as ocupações como áreas passíveis de regularização fundiária, a luta pela urbanização perpassa por diversas negociações, inclusive pela não remoção de dezenas de famílias. O cuidado com a natureza é um argumento chave nesses casos, e o saneamento é apontado pelos moradores como um dos principais problemas. Cuidar das águas tornou-se então nosso compromisso, trabalhando o saneamento em um modelo descentralizado e sustentável, que contribua para a autonomia dos moradores e para a construção de um debate sobre a transformação da infraestrutura cinza de nossas cidades em uma infraestrutura verde e azul.

Com apoio do Young Water Fellowship, transformamos o Projeto IFMG Forward em um modelo de negócios estruturado e alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU). Não temos um “planeta B”. A emergência climática nos cobra soluções imediatas e outras formas de nos relacionar com a natureza. Agora é a hora de recuperar nossos rios, nossas matas, reinventar uma vida urbana que represente um menor impacto no mundo. Por isso, fundamos a SaneaVita, acreditando que o saneamento muda vidas.

 

Como fazemos?


A SaneaVita propõe sistemas de tratamento de águas residuais baseados na natureza em áreas que não possuem saneamento básico e/ou onde o sistema de esgotamento convencional não é tecnicamente viável e vai além. Entendemos todo o processo como sistêmico, por isso, propomos articular os atores envolvidos com a questão: associações de moradores e grupos atuantes nos bairros e municípios; companhia de saneamento, comitê de bacia e investidores no geral; instituição de ensino e pesquisa.

INVESTIDORES: investimento de capital, visando, respectivamente, o cumprimento da demanda de saneamento, o papel fundamental na gestão de água na bacia e sua responsabilidade socioambiental.

MORADORES: autonomia  dos moradores para organizar a equipe que será a mão de obra capacitada para construir os dispositivos.

INSTITUIÇÃO DE ENSINO: o IFMG Santa Luzia apoiará a capacitação da mão-de-obra para a construção das tecnologias, como forma de incentivar a pesquisa.

Nosso atuação passa por três etapas:

1. Levantamento das condicionantes de projeto com a colaboração das comunidades:

A partir de reuniões e visitas, realizamos as seguintes ações: apresentação da empresa; negociação com os atores envolvidos; discussão dos possíveis locais para a implantação dos dispositivos de coleta e tratamento das águas residuais; discussão da possibilidade de contratação de mão de obra local para a construção dos dispositivos. 

               

2.Construção do projeto técnico do sistema de tratamento:

Desenvolvimento do projeto de um tanque de evapotranspiração (TEVAP) e um círculo de bananeiras para o tratamento sustentável de efluentes sanitários e de águas cinzas, respectivamente; os aparelhos adaptam-se perfeitamente às condições dos territórios e são compatíveis com os espaços físicos disponíveis, cuidando da água no local.

3. Capacitação e implantação:

Apresentação para os atores envolvidos do sistema de esgotamento a ser implantado; construção a partir da mão de obra local; acompanhamento da obra e avaliação do sistema em funcionamento. 

                     

Quais tecnologias adotamos?

TEVAP

O que é: sistema utilizado para o tratamento da água do vaso sanitário, que faz o aproveitamento da água e dos nutrientes presentes no esgoto para as plantas, não contaminando o solo.

Como funciona: esse sistema é dividido em três partes: um compartimento central para o recebimento e digestão inicial do esgoto (feito de pneus), uma camada filtrante (composta por entulho, brita e areia) e uma área plantada com plantas como bananeiras, mamoeiros, taiobas ou plantas ornamentais que utilizam muita água. O esgoto ascende pelas camadas filtrantes compostas de entulho, brita e areia. Internamente, crescem e desenvolvem-se microrganismos que degradam o esgoto de forma anaeróbica (sem oxigênio). Por fim, as plantas reutilizam a água para o seu próprio crescimento e liberam o excedente para a atmosfera, através do processo denominado tecnicamente de evapotranspiração. 


CÍRCULO DE BANANEIRAS

O que é: consiste em uma escavação circular, com cerca de 1,5m a 2,0m de diâmetro, preenchida com troncos, galhos, palha, folhas secas e capim. É o sistema usado para tratar as águas cinzas da residência (água da pia, do chuveiro e da máquina).

Como funciona: ao redor são plantadas espécies vegetais que se adaptem bem aos ambientes úmidos, como bananeiras, mamoeiros e taiobas. A água e os nutrientes do esgoto serão consumidos pelas bananeiras, enquanto que os restos orgânicos (restos de alimentos, sabão etc.) serão degradados pelos microrganismos presentes no solo. O destino final é a infiltração no solo, por isso não deve ser impermeabilizado.

         

Nossa expectativa é ampliar nossas tecnologias e trabalhar em todo ciclo hídrico:

Captar a água
Tratar a água
Reutilizar a água

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